terça-feira, 12 de fevereiro de 2013

O mundo cor-de-rosa da Barbie faz 54 anos



Se ela fosse uma mulher de verdade, dirigiria os carros mais caros, viveria em mansões luxuosas e teria um guarda-roupa incrível com peças da Maison Versace, Christian Dior, Armani e Prada.
Ícone de beleza e moda, ela atravessou gerações, acompanhou a evolução da mulher na sociedade e hoje, em seu mundo cor-de-rosa, Barbie faz 54 anos.
Inconfundível por ser esbelta, ter olhos azuis e cabelos loiros, ao longo de sua história a Barbie tem representado o estereótipo do corpo perfeito e personalidades que marcaram essas cinco décadas.
Atrizes, cantoras, personagens de cinema e até rainhas já foram Barbies, com um objetivo: levar as meninas ao universo da fantasia.
Pela primeira vez, desde 1959 (ano de seu nascimento), 539 bonecas saíram de suas caixas de plástico para serem homenageadas na exposição o "Museu Encantado Barbie" –  e que fazem parte do acervo do colecionador Carlos Keffer.

Apaixonado por clássicos do cinema, Keffer iniciou a coleção em 1996 com a boneca My Fair Lady uma homenagem à atuação de Audrey Hepburn no filme.
"Eu encontrei na Barbie uma forma de eternizar as estrelas do cinema", diz.
Keffer deixou de lado sua formação em psicologia para dedicar-se a uma paixão que também teve início em seu consultório.
"Durante minha atuação como psicólogo infantil, para estimular a imaginação das crianças eu usava uma caixa cheia de bonecas. A partir desta técnica, percebi que todas as pessoas possuem suas caixas com personagens imaginários onde podem criar e fantasiar”.
“A Barbie é um exemplo disso, já que por meio de uma boneca, a menina pode sonhar e ser o que quiser", afirma o colecionador.
O lúdico e o simbolismo representam o compromisso da Barbie, a primeira "fashion doll" - boneca classificada como uma mulher adulta -, no mercado. Antes, as bonecas eram apenas bebês e incentivavam o lado materno de uma criança.
A Barbie trouxe a possibilidade de sonhar com o futuro.
“Pensar em uma carreira, entender as mudanças culturais e diferentes nacionalidades”, comenta Isabel Patrão, gerente de marketing da Mattel, a fabricante da Barbie.
Ao refletir a história, a moda e as vontades de cada época, as 539 Barbies da exposição reproduzem as mudanças da sociedade em 29 centímetros de altura, cada uma delas. O "apogeu da beleza", segundo diz Keffer, ao longo de seus 50 anos, incorporou traços de personalidades, sendo retratos perfeitos de filmes, seriados e tendências.

A Barbie Número 1, por exemplo, foi inspirada no corpo da atriz francesa Brigitte Bardot e originou-se do modelo de beleza da época: rosto pálido, maquiagem expressiva, sobrancelha grossa e rabo de cavalo.
Espelhada na mulher "de verdade" a roupa, o cabelo e até o próprio corpo da boneca viajam no tempo das tendências. Saias rodadas nos anos 60, looks de praia a partir de 1971 e cabelos super longos em 1992 são características que marcaram épocas e Barbies.
A Barbie “cabelos super longos” (1992) vendeu cerca de 10 milhões de exemplares, o recorde de vendas na história da boneca.
Para a Mattel, o segredo do sucesso vem da pesquisa.“Acompanhamos o que acontece no mundo e, a partir disso, criamos novas bonecas", diz Isabel.
Lançando de 200 a 300 modelos diferentes por ano, sendo que 98% do portfólio Barbie ganha apenas características novas, cada boneca demora um ano para ser finalizada e encontrada nas lojas. Com duas finalidades - para coleção e venda - a boneca não dita tendências da moda, apenas as reflete de acordo com a cultura dos 140 países em que é vendida.
"Eu acredito que a Barbie é um registro lúdico da história da moda. E é democrática, pois respeita as diferentes nacionalidades. A Barbie japonesa, por exemplo, segue a cultura do país ao ter olhos puxados e não mostrar os dentes", afirma Keffer.

Viagem na história
Impossível não se lembrar de Audrey Hepburn em "Bonequinha de Luxo", de Julie Andrews em "Mary Poppins" e Barbara Eden, em "Jeannie é um Gênio".
Para comemorar o aniversário, na sala "54 faces", um bolo de três metros de altura exibe a evolução da boneca (rosto, corpo e estilo) e da moda de 1959 até os dias de hoje.
A primeira Barbie negra (1980), a atriz Angelina Jolie, um grupo de bonecas simbolizando as Spice Girls e a boneca Número 1 são alguns dos destaques da primeira etapa do "Museu Encantado Barbie".
"A primeira Barbie, avaliada em US$ 12 mil, foi uma conquista recente. Eu a comprei há apenas seis meses de uma americana", diz Keffer.
Em referência à alta costura francesa até a década de 70, como Chanel e Christian Dior, o espaço nomeado de "Vintage" traz ao lado de looks antigos e editoras de moda, a primeira casa da Barbie feita em madeira e papelão.
Caminhando pela passarela da história, a sala "Fashion" traduz as últimas tendências de comportamento e moda, desde a Grécia antiga.
A boneca de Maria Antonieta – avaliada em US$ 1600 pelo eBay.
Rainha Elizabeth, e outras com vestidos de Versace, Alexandre Herchcovitch, Givenchy e Rosa Chá, são réplicas perfeitas dos looks que marcaram desfiles e época. Já o luxo e o glamour da Barbie Noiva são festejados em uma única sala com bonecas de rosto de porcelana.




Grandes estrelas do cinema e dos seriados de televisão - a babá voadora Mary Poppins, a cantora Cher, a personagem de desenho animado Wilma Flintstone, a Família Addams, e as cantoras Carmem Miranda e Sandy (do filme Grease) - são homenageados na sala "Astros & Estrelas".
"Os filmes que marcaram os personagens são passados em uma televisão. Dessa forma, os visitantes podem relembrar os clássicos e reconhecê-los na própria exposição", comenta o colecionador.
Mesmo sendo uma boneca, a Barbie tem grupo de amigos, irmãos e um namorado (Ken).
A sala "Cenas da Vida" expõe aos visitantes os personagens de seu mundo imaginário. "Uma das coisas que me fascina é que ao mesmo tempo em que a Barbie é um brinquedo, ela tem uma vida própria", afirma Keffer.


Na sétima sala da exposição - "Planetário" - o ícone de beleza e moda agrega à sua imagem e status uma preocupação com a diversidade cultural.
Cerca de 70 países são representados em Barbies, seja na roupa, cabelo ou acessório, democratizando as riquezas étnicas a um dos brinquedos mais desejados. "Com a Barbie, a criança pode desejar e 'desenhar' o que quiser. Moda, profissões e questões sociais são alguns dos aspectos que enriquecem a diversão", diz Isabel.
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