domingo, 20 de janeiro de 2013

Transtorno Obsessivo Compulsivo TOC e o Colecionismo


Este texto é uma reflexão, por favor, colaborem com sua opinião.
Desde que comecei a ver na Internet, em revistas médicas, em teses e outras formas de construção de idéias científicas que o colecionador é um portador de TOC. Fiquei preocupado com a falta de informação da área médica sobre a ciência do colecionismo. E engraçado o fato de que principalmente no Brasil quando pensamos em cultura, itens culturais, saber erudito, nos referimos logo aos quadros as grandes operas, aos livros etc. Mas isto também é colecionismo esqueceram? E o inverso, por exemplo, papeis de bala, selos, figurinhas, cards não retratam também uma época? A arte não se faz pela retratação de uma época? Porque pensar em blasfêmia ao trocar um quadro de Picasso de um museu e colocar um papel de bala? O fator econômico? Então se é apenas um fator econômico porque chamar o colecionador destes itens tidos como infantis de obsessivo portador de TOC? e um colecionador de quadros, livros, jóias etc. como erudito? Já esta na hora de dar o devido lugar aos itens que como em colchas de retalhos vão formando a historia da humanidade, e se tiramos o fator econômico uma obra de Picasso ou um papel de bala, lindamente desenhados, tem os mesmo valores artísticos e culturais ao retratar o momento de uma cultura ou sociedade. A teoria critica quanto à indústria cultural tem que ser refeita e modernizada, os paradigmas de formação da cultura precisam mudar para que os itens marginais a estas teorias assumam seus devidos lugares. Hoje em varias áreas a cultura erudita já deu lugar a cultura de massa, mas no colecionismo ainda não, surgem teses e maia teses da doença do colecionador de pequenos itens um ajuntador de tralhas. Vamos ordenar um ponto aqui? Não sou uma cientista da área médica, portanto nada entendo, mas sou sim uma especialista na ciência do colecionismo. Portanto chamar o ajuntador de tralha de colecionador é o mesmo que dizer “subir para cima, descer para baixo”. Está errado supor que o colecionador que pode ser de quadros, jóias, livros ou “tralhas” como a área médica prefere chamar, para ter o nome de colecionador tem que ter métodos científicos para com a sua coleção. É bom lembrar ainda que a maioria dos grandes artistas hoje cultuados por milhões de dólares em vida passou à mesma fome que hoje passa a cultura do colecionismo. É completamente errado tentar unir a palavra capitalismo a colecionismo como se o ajuntador fosse um colecionador consumista, obsessivo, compulsivo, vamos colocar as coisas nos seus devidos lugares ou ele é colecionador ou ajuntador, ou é consumista ou colecionador as duas coisas não da pra ele ser, pois existe uma enorme incompatibilidade ai. Houve uma época que o colecionismo não era se quer mencionado no meio acadêmico. Hoje é tão fartamente comentado e cada um tenta encaixar o seu saber especifico na complexidade do colecionismo. Na área de psicologia então parece que abriram à porta das aberrações, já li coisas como: “O colecionador é um ajuntador de tralhas, compulsivo, um dos sintomas do toc é o colecionismo” e por ai vai. Vamos refletir um Pouco? Seria o falecido Dr. Roberto Marinho um homem com um alto transtorno obsessivo por colecionar quadros, obras de arte? O Consagrado bibliográfico Midllin também? Quem coleciona figurinhas, cards, selos moedas chaveiros e outros itens tidos pelos dogmas antigos da cultura como menores seriam todos doentes? Deixo este texto para uma reflexão acadêmicos dos senhores da área médica e peço que ao elaborarem os tratados consulte um especialista na Cultura do Colecionismo, que hoje é notoriamente uma ciência. Vocês conhecem os casos de cura pelas coleções, de como da prazer colecionar? Que o colecionador não tem ressaca moral? O colecionador não envelhece? O colecionador vive intensamente sua coleção criando em seu organismo uma química do rejuvenescimento? . A palavra Fetiche então aparece centenas de vezes, será que gastar milhões de dólares com museus como o Louvre para guardar obras de arte é fetiche de alguém? Ou so seria transtorno ou um tipo de feitiche se la estivem: centenas de álbuns de figurinhas? Tudo é arte é retrato de uma época. Deixo este texto para uma reflexão aos que querem entrar na cultura do colecionismo agora, pois já estamos nela desde a década de 80.
Damir Luiz (Texto compilado de IPC Colecionismo)
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Um comentário:

  1. Bom texto, tirando a ausência de ordem por meio de parágrafos (o que atrapalha a leitura). Gostei da ideia de que "colecionador não tem ressaca moral" e talz.
    O pior de tudo é ver gente que não tem um interesse cultural sequer na vida (TV não conta) descer o pau em quem dedica seu tempo livre a uma coleção.

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